terça-feira, 4 de outubro de 2011

Despedida

Nosso caminho... o mundo ao nosso redor...
Ninguém sabia que ali estávamos e nem precisava saber
Foi uma despedida pertencente somente a nós
Assim como um dia começamos somente entre nós

O caminho era longo e escuro
O vento era frio e árduo
E o silêncio pairava entre nós
Uma voz necessariamente calada
Mas ainda estávamos ali: bem próximos
Próximos pela última vez

Última vez...
Como dói saber que é a última vez
Como dói saber que é preciso ser a última vez
Como dói saber que um dia houve uma grande primeira vez
Como dói saber que não há uma eterna primeira vez

O caminho foi longo, mas finito
Havia uma linha de chegada
Uma linha que nos limitava... que nos separava
Quem foi que criou essa linha?
Sinceramente, eu não sei
Talvez, alguém não tão distante de nós mesmos

Dei alguns passos à frente... ligeiros e lentos
Hesitei em olhar para traz, não queria ver o caminho vazio
Pensei em correr, mas as minhas pernas pareciam não querer obedecer
Cheguei à esquina e agora seria definitivo
Ao virá-la não mais o veria

Em um minuto revivi todo o nosso percurso
Vi a escuridão e senti um tremendo frio
Olhei para trás em uma breve pausa
E meu coração se aqueceu ao vê-lo ali esperando o meu adeus
Foi a sua última imagem que os meus olhos puderam ver

Despedimos-nos silenciosamente e a metros de distância
Mas os quilômetros do caminho parecem não existir
quando meus pensamentos, comigo estão sozinhos

Marciele de Oliveira

Um comentário:

  1. Marciele, minha amiga, sua poesia é digna do superlativo belo -rs.
    Fugiu ao senso-comum e conseguiu dar ao leitor uma nova visão de "primeira vez".

    Muito legal, muito bonita!

    Adorei; abração, sou fã.

    Rodrigo Davel

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