quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O retiro sexual 31 março de 1931, Num. 03

Evoé! Já tá na hora. O pessoal já está prontinho da silva.
O enxoval do dia e da noite já está arrumadinho nas malas. O retiro abre os braços porque é sem ana santa, a semana da farra.
"Donee mihi satisfaciam".
O padre Bremmond diz que os retirantes podem ficar em qualquer posição contanto que venham "les consolations les larmes et le reste"...
E em qualquer posição ficam eles, implorando "uma faísca de tua doçura e uma torrente de tuas voluptuosidades"
Parece Freud, mas não é.
É um trechinho do velho livro místico: "O espelho da alma" citado pelo acima citado padre Bremmond, grande esteio da Academia Francesa.
E no seu livro sobre a "conquista mística" continua ensinando pra gente uma porção de coisas que a gente não sabe.
É muito engraçada a história da consolação sensível e dos "contentos" da espanhola dona Tereza de Jesus, que chega a sentir a presença da força de Deus.
Eis aqui o que escreve a este respeito um dos grandes místicos do século XIX:
"Deus toma a alma segundo a fraqueza de sua natureza. Ela se espalha nos sentidos e habituada a receber sua s impressões pelos sentidos só vive pelos sentidos”.
Isto tudo está na "Conquista Mística" do acadêmico francês. (Volume 4.o do livro "Le sentiment réligieu en France").
O misticismo está desmoronando evidentemente com a decadência das morais de controle e a Santa Tereza de antes tinha muito mais importância sexual do que a Terezinha de agora que não passa de uma pequena datilógrafa que faz as suas farras de domingo, portanto, sem misticismo exagerado.
Entretanto o fenômeno da sublimação embora em muito menor escala aparece ainda nos retiros onanistas de semana santa e carnaval.
Os sublimados explosivos ao primeiro contato se reúnem para o gozo permitido e ajudado pelo padre.
O jejum masoquista auxilia o prazer físico e transporta para uma loucura desenfreada os históricos dos dois sexos.
Antes, a história do Ovalinho que é melhor porque este ao menos mandou o retiro às favas e traiu os santos com uma mulata chamada Berta Lux.
Os fenômenos que elucidam os delírios históricos dos santos e freiras foram bem verificados por Freud nas experiências de hipnose com que ele começou os seus estudos...
Constata-se cada vez mais que o misticismo só aparece nas civilizações recalcadas e doentias.
Agora, que nós caminhamos embora muito devagar para uma época sem recalque e de moral biológica racionalizada, onde não existirão nem desvios sexuais nem retiros físicos, Freud e o Padre Manfredo podem pedir demissão. 

                                                                                                                                     Pagu

domingo, 27 de novembro de 2011

Aluga-se anualmente

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          Ritinha sempre foi uma criança observadora e repleta de perguntas, que sua mãe pacientemente fazia questão de responder. Na escola, os professores viviam a elogiar sua atenção e participação ativa em sala de aula.
          Certo dia, Ritinha estava pintando na sala de sua casa, enquanto sua mãe estava na cozinha e sua irmã mais velha conversava com os amigos na varanda ao lado. Eles falavam tão alto que era impossível a atenciosa Ritinha não ouvir. Depois que todos saíram, a garotinha correu para cozinha e indagou sua mãe:
          _ Mamãe, por que é que as pessoas ficam tão ansiosas para a chegada do verão?
          Sem muito pensar, a mãe responde:
          _ Porque é a estação do ano em que as pessoas estão de férias, vão à praia, tomam banho de Sol e de mar, se divertem com a família...
          Ritinha logo interveio:
          _ Mas o pai do Juninho está sempre trabalhando no verão, aliás, é quando ele mais trabalha na sorveteria.
          _ É porque para alguns, minha filha, o verão é a época em que os lucros aumentam através dos turistas que visitam o nosso litoral.
          Ritinha pensa por um instante, mas não dá descanso:
          _ Mas mamãe, se o verão é a época tão esperada para se divertir com a família, porque é que a Raquel e os amigos dela, não passam um único dia na praia com seus familiares?
          A mãe parou por um instante o que estava fazendo, puxou uma cadeira onde acomodou sua filha, abaixou para igualar-se a ela e disse:
          _ Minha pequena curiosa, todos nós nos relacionamos com pessoas de diferentes idades, no entanto, assim como você que, por alguns momentos, prefere brincar com uma coleguinha de sua idade do que comigo, com o papai ou com a Raquel, a sua irmã também prefere estar ao lado dos seus amigos, porque ambos estão na mesma fase de vida, conhecendo o mundo e se descobrindo.
          _ Mas mamãe, como posso conhecer o mundo ao lado dos que ainda não o conhecem? Eu preciso de alguém que o apresente a mim, não preciso?
          A mãe sorriu e continuou a responder carinhosamente a filha caçula:
          _ Claro que precisa, minha linda. É por isso que, por mais que sua irmã se distancie um pouco, nós, o papai e a mamãe, estaremos sempre aqui esperando por ela a todo o momento em que se sentir perdida. São nessas horas que a gente orienta, contribui com os saberes que adquirimos em nossas experiências de vida e oferecemos apoio, carinho e muito amor. No mais, minha querida, são os próprios passos que irão ensinar, pois ninguém vive a experiência do outro, é preciso viver a sua, entende?
          _ Mais ou menos mamãe. Seria como se a senhora me dissesse que o seu pudim é delicioso, mas que eu só vou saber se provar?
          A mãe não conteve o sorriso e logo respondeu:
          _ Exatamente, minha querida. Mas não se preocupe, quando crescer um pouquinho mais, você começará a entender melhor.
          Ritinha se silenciou, como se estivesse tentando assimilar tudo o que acabou de ouvir, enquanto sua mãe voltava ao que estava fazendo na cozinha e, de repente, a garotinha voltou a indagar:
          _ Mamãe, tenho outra curiosidade: alguns amigos da Raquel, disseram que não podiam ter um relacionamento sério com suas “namoradinhas” porque o verão está próximo. Qual é o problema de namorar no verão?
          A mãe para novamente o que estava fazendo, se colocou diante da filha, desta vez, porém, permanecendo de pé e pensando bem antes de responder. Ritinha, por sua vez, permaneceu em silêncio aguardando a resposta de quem nunca a deixara na curiosidade. Sua mãe, então, respira fundo e responde como se tivesse o maior cuidado com as palavras, mas ainda paciente:
          _ Durante o verão, muitas pessoas novas visitam nossa cidade. Você mesma faz novas amizades com crianças de outras cidades, não faz?
          Ritinha acenou com a cabeça que sim.
          _ Pois então. Os jovens, em especial, não só ampliam o seu ciclo de amizade como também se descobrem ainda mais em seus novos amores, novas paixões, por isso, preferem estar solteiros para poder viver seus amores de verão.
          _ Mas e depois mamãe?
          _ Depois de que minha pequena?
          _ Depois que o verão acaba e todo mundo volta para suas cidades?
          A mãe pensou mais uma vez e em meio ao seu silêncio, a própria Ritinha se responde com mais perguntas:
          _ Depois fica a saudade mamãe? O vazio igual às casas que são alugadas apenas no verão?
          A mãe segura à mão da filha e diz:
          _ Ainda é muito cedo para minha pequenina pensar e se preocupar com esses assuntos, pois há coisas que somente com o tempo é que somos capazes de compreender.
          _ Será mamãe? Será que vou mesmo entender o porquê de tantas pessoas viverem em apenas uma estação do ano? Acho que prefiro um aluguel anual mamãe, assim, a casa permanecerá cheia e limpa, livre das traças, do vazio e da escuridão.
          A mãe nada mais respondeu. Ficou ali, apenas observando Ritinha que voltara para a sala e suas pinturas. 


Marciele de Oliveira

sábado, 12 de novembro de 2011

Mulheres

 
Mulheres...
Tão grande é a beleza que vos pertence, assim, o quanto vos é desconhecida. A diversidade, mesmo que comum, é o que a distingue como um ser admirável. Mulheres lindas, fortes e frágeis, mas simplesmente, mulheres...
Mulheres...
Tão lindas ficastes com os cabelos presos a uma simples caneta e o quanto deixastes transparecer de si, ao deixar percorrer, sobre os ombros, os teus cabelos tão cheios de vida.
O teu olhar revela os sentimentos mais profundos: angústia, dor, desejo, felicidade e malícia. E o teu sorriso condena-te a felicidade almejada.
És mil em uma: és filha, és amiga, és irmã, és esposa, és companheira, és mulher e quando se torna mãe, és ainda mais, mulher...
Mulheres...
Altas e baixas, gordas e magras, loiras, ruivas e morenas, fortes e frágeis, são todas guerreiras.
Eis que te apresento: Mulher.
Coloque-se diante de um espelho e reconheças-se mulher. Encontre-se, constantemente, com a grande mulher que existe dentro de você e por segundo, apresente-se ao mundo que precisa de mulheres assim... como você.
    


Marciele de Oliveira

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Baiano

Ah! A beleza que vos tens...
Invade minha alma por não encontrá-la em outro alguém.
É a cor da pele que o envaidece
Que transpira desejo e amor.
É o calor dos teus braços 
Que acalenta as noites mais frias
E transmite segurança.


Ah! A beleza que vos tens...
É o seu olhar múltiplo e marcante que me detem.
Um olhar quente, malicioso e "arretado"
Que me faz bem
Mas que me faz tão bem...


Ah! A beleza que vos tens...
É através do seu sorriso 
Que desaguam cachoeiras de felicidade
Capaz de me transportar aos mais distantes
Rios de encontro aos mares.
Sorriso que só você tem...


Ah! A beleza que vos tens...
É o seu todo que me envolve e me devora
Que se junta ao meu em apenas um...
Um que deixastes sem nenhum.


Ah! A beleza que vos tens...
É o seu jeito homem de ser:
Ser moreno, ser baiano, ser simplesmente 
Você


Marciele de Oliveira



sábado, 8 de outubro de 2011

A literatura em mim

        Um dia eu também critiquei a literatura e cheguei a indagar: para que estudar sobre textos inventados que nada me acrescentarão? Poemas, contos e tantas outras obras que mais parecem ser coisa de doido. Tempo perdido enquanto poderia se estudar mais a gramática, por exemplo. Mas que pensamento tolo o meu.
          Para mostrar-me a sua importância, a literatura veio ao meu encontro e então, cheguei a perceber que era inútil e tão grande, a perda de tempo que eu tive de renunciar a literatura em minha vida, pois essa arte está tão dentro de mim o quanto eu estou dentro dela. A literatura habita sim, dentro de mim, dentro de você e de todos nós, no entanto, poucos a descobre.
       Através da literatura não encontrei apenas textos inventados, mas a minha realidade escrita de maneira diferente e percebi que ela não é coisa de doido, e sim, uma arte para os que querem viver o que se sente. Não preciso eu, diante de uma sociedade que tão pouco quer saber da minha felicidade, procurar a minha dignidade aos quase 70 anos de idade, buscar uma porta de saída após viver durante anos como um ninguém. Também não preciso passar a vida inteira contemplando a felicidade das pessoas ao meu redor e terminar por mim, a ficar sobre a janela dando nomes as pessoas na rua a procura de um “príncipe sapo”.
     Aliás, ao exprimir os sentimentos calados de seus personagens e a revelar suas frustrações, os autores impulsionam seus leitores a fazerem diferente, a perceber que a dignidade de cada um pode ser encontrada agora e que a felicidade contemplada pode sim, ser vivida por todos.
    A fim de não sei o que, ali estava à literatura, frente a mim, olhando-me nos olhos, encarando-me de frente, mostrando a sua face e pedindo que eu lhe apresentasse a minha. Ela não só mostrou-se importante, como também, mostrou-se habitar em mim.
        Mais do que me ajudar a criticar o mundo a minha volta, a literatura me ensinou a criticar a mim mesma. Ensinou-me a mergulhar dentro do meu eu, ir ao mais profundo possível e sempre que chego lá, vejo que ainda é possível ir mais longe, pois o que há fora de mim é apenas uma casca, na maioria das vezes, a casca que a sociedade me exige ser, mas o que há dentro de mim é tudo o que sou e o que ainda posso ser.
        A literatura foi o reflexo de minha face, a criticidade foi o “eu” escondido e a subjetividade? Eu descobri ser para poucos que se permitem vivê-la. Um sentimento ímpar, mas que um dia, quem sabe, pode se tornar par.



Marciele de Oliveira

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Despedida

Nosso caminho... o mundo ao nosso redor...
Ninguém sabia que ali estávamos e nem precisava saber
Foi uma despedida pertencente somente a nós
Assim como um dia começamos somente entre nós

O caminho era longo e escuro
O vento era frio e árduo
E o silêncio pairava entre nós
Uma voz necessariamente calada
Mas ainda estávamos ali: bem próximos
Próximos pela última vez

Última vez...
Como dói saber que é a última vez
Como dói saber que é preciso ser a última vez
Como dói saber que um dia houve uma grande primeira vez
Como dói saber que não há uma eterna primeira vez

O caminho foi longo, mas finito
Havia uma linha de chegada
Uma linha que nos limitava... que nos separava
Quem foi que criou essa linha?
Sinceramente, eu não sei
Talvez, alguém não tão distante de nós mesmos

Dei alguns passos à frente... ligeiros e lentos
Hesitei em olhar para traz, não queria ver o caminho vazio
Pensei em correr, mas as minhas pernas pareciam não querer obedecer
Cheguei à esquina e agora seria definitivo
Ao virá-la não mais o veria

Em um minuto revivi todo o nosso percurso
Vi a escuridão e senti um tremendo frio
Olhei para trás em uma breve pausa
E meu coração se aqueceu ao vê-lo ali esperando o meu adeus
Foi a sua última imagem que os meus olhos puderam ver

Despedimos-nos silenciosamente e a metros de distância
Mas os quilômetros do caminho parecem não existir
quando meus pensamentos, comigo estão sozinhos

Marciele de Oliveira

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O aniversário da vovó


          Ontem, a família se reuniu para comemorar o aniversário da vovó e estavam quase todos lá, faltou apenas um tio e o esposo de uma tia que estavam viajando, já os demais filhos com seus esposos, sua única nora, seus netos, solteiros e casados com seus respectivos companheiros e em especial, o primeiro bisneto com três meses de gestação, marcaram presença.
          Quanta alegria a de minha avó, consideravelmente nova ao completar os seus 62 anos de idade, ver a família reunida, as filhas com a família formada, algumas netas já casadas, outros netos, ainda menores, correndo pela casa e uma nova geração que prospera. Sua exclamação foi inevitável: “Parece mentira que saíram todos de mim!”.
          Ao contemplar a felicidade da vovó, via em sua face um sorriso vitorioso em meio às marcas da vida sofrida que levara: o trabalho na roça, o relacionamento difícil com sua mãe, minha bisavó que não cheguei a conhecer, o casamento conturbado, cheio de idas e vindas, um amor mal amado, repleto de lágrimas entre a alegria do nascimento de um novo filho, o abandono total de seu marido, assumindo a casa com seis filhos para criar que consequentemente, acabavam por ajudar a mãe a cuidar uns dos outros, irmãos mais velhos trabalhando em prol dos mais novos.
          Quando esse filme, criado por imagens que meus olhos nunca viram, passou em minha mente, logo pensei: “Como que hoje, existem mães que rejeitam um único filho porque encontram dificuldades, não tem condições financeiras e psicológicas para criá-lo.”. Ora, minha avó teve todas as dificuldades cabíveis, vivendo em uma época ainda mais difícil, cujo trabalho era árduo e pesado, no entanto, não desistiu, seguiu em frente, aqui chegou e a muito ainda chegará.
          Será então que nos enganamos? Que não era aquela época difícil, mas sim a que vivemos hoje? Ou será que as pessoas de hoje tem menos garra de lutar pelo o que é seu? As pessoas aceitam sua incapacidade, procurando cada dia andar pelo caminho mais fácil, pelo caminho mais largo.
          Por muitas vezes, a vovó é para mim, uma criança grande que requer atenção, carinho, que fica feliz com uma pequena lembrança, é sincera, rir e fala espontaneamente, degusta inocentemente todas as guloseimas que fazem a festa das crianças e ama, ama incondicionalmente a sua família. E ontem, essa criança grande mostrou-se ser uma grande mulher, que não deixou morrer dentro si tudo o que não viveu em sua infância, adolescência e fase adulta, mas que superou todas as dificuldades e que valoriza a sua vitória refletida em cada filho, neto e em breve no bisneto.
          A minha avó, todo o meu orgulho de ter vindo dela, todo o meu respeito, admiração, desejo de felicidades e esperança de ter herdado, um pouquinho que seja, de toda a sua força de viver. 
          Feliz Aniversário Vó!

Marciele de Oliveira

domingo, 11 de setembro de 2011

Professor e Aluno


Professor é saber liderar
Aluno é liderado
Professor é quem tem a caneta
Aluno que aprende

Professor é o ditador
Aluno é questionador
Professor é quem ensina

Professor amigo
Aluno companheiro
Professor companheiro
Aluno amigo

Aluno crítico
Professor criativo
Professor é quem semeia
Aluno é quem rega


 Sarah Camilo

Pode ir "tomar o seu cochilo"

Não existe atitude mais bonita que ver uma criança de apenas cinco anos dirigir-se ao seu avô e dizer: “... deixa que eu lave o seu prato, pode ir tomar o seu cochilo.”
Uma criança que desde o dia em que nasceu o sorriso é a sua marca. O tempo foi passando e os cuidados com os outros foram aumentando, o carinho nem se fala, EU TE AMO faz parte do seu vocabulário dia e noite.
O encanto de tê-la por perto se torna ao mesmo tempo uma honra e também compromisso, pois na palavra de Deus diz que devemos ser como crianças, não no sentido infantil, mas sermos verdadeiros.
Quando estava sentada a mesa da cozinha num calor insuportável, veio de forma suave um vento, como se fosse um alento, e ainda ouvir a aquela voz doce e amável daquela menina dizer para o seu avô que ele podia ir tomar um cochilo. Percebi que as crianças não estão totalmente coisificadas.
Seu avô é um homem trabalhador e dedicado a família, tudo o que faz é pensando em sua esposa, suas cinco filhas, seu dois netos e mais um que está por vir, às vezes me pergunto se algum dia ele irá para a terceira margem do rio.
A sua rotina é um tanto que atribulada e cheia de compromissos e o que o acalma é quando chega a casa e recebe um abraço e um beijo de sua neta. Ela que por sua vez, em todos os momentos, não se esquece de ninguém da sua família, às vezes ela fica até sem alguma coisa, por exemplo, um pedaço de bolo. Diz várias vezes: “deixa pro meu avô, pra minha tia, pro meu irmão e pra vó Penha”.
Eu queria ser pelo menos um pouco parecida com essa menina, que agora, faço questão em dizer o seu nome: Maria Eduarda Camilo Soares.
por Sarah Camilo.

Lembrança


No pôr do sol você sorriu pra mim, foi o sorriso mais lindo que já vi.
Ah! Só de tê-lo na minha lembrança é como se estivesse bem na minha frente.
Um dia foi o suficiente para fixar em minha mente e no coração. Um dia que nunca
mais esqueci. Como se fosse hoje!
Depois fiquei à margem, só a observar a sua beleza. Arrumando desculpas para me
aproximar, fazendo aquelas perguntas etc.
Aquele cheiro que de vez em quando ainda sinto bem perto de mim. Ah o cheiro!! O melhor.
O jeito que me desconcerta, às vezes arrogante, supremo. Petulância que me conquistou, mas eu não.
O beijo?O beijo não. Melhor que o beijo é o abraço que ainda está bem apertado no meu corpo.
 Sarah Camilo