segunda-feira, 16 de julho de 2012

O singular da vida


          Psiu! Não fale nada. Não há necessidade em dizer. É o momento de se fazer. Entre tantos vocábulos; vogais que se unem as consoantes; consoantes que se encontram e se separam; acentuações tônicas em verbos, sujeitos, adjetivos e predicados, nenhum deles é capaz de superar o que você é capaz de fazer. Por vezes, uma imensidão de silêncio basta para dizer tudo o que precisa ser dito.
          Não se preocupe com o suplerfo, com conjugações minuciosas que nada expressam: para a vida não pode haver regras que o impeçam de conjugar a felicidade. Uma criança tão pouco, basicamente nada, sabe sobre tantas conjugações verbais e, no entanto, conjuga a sinceridade e a espontaneidade de ser feliz.
          Ei! Não há o porquê de se privar com o certo ou com o errado. Tais concepções são subjetivas e quem poderá contradizê-las? A regra oficial? A padronizada? Nossa vida é uma variável constante: plural, singular, singular, plural... E mesmo quando pluralizamos, não conseguimos generalizar. Até mesmo a gramática normativa contém suas exceções.
          Mas! O que é que você está fazendo? Se escondendo? Mas por que e de que? Chegue aqui, olhe para fora, veja um pedaço do mundo que também é seu. Sim! Ele é seu, cada dia mais presente. O presente é o tempo certo para conjugar todos os verbos.
          Espere! Ouça a voz do silêncio; sinta o tocar do vazio e veja o invisível que está a sua frente. Um grupo de “S’s” nem sempre significa que não estás sozinho. Não existe uma única gramática no mundo, talvez, apenas uma que seja reconhecida pelos “doutores da lei” que não experimentam as diversidades dos verbos em seus gostos naturais, mas fazemos parte deste imenso quebra cabeça chamado humanidade, logo, somos diferentes: peça singular a procura do plural necessário a se completar e ainda assim, haverá muitas peças a batalhar.

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