sábado, 25 de agosto de 2012

O amor a minha maneira



Outro dia questionaram meu aparente “desapego” pelo amor, pela vida a dois, a formação de uma família. De imediato, eu disse que não era desapego, e sim uma maneira diferente de querer viver esse momento tão idealizado, aliás, a maneira diferente que um dia pareceu ser verdadeira entre todos, mas que atualmente tem se perdido.
Frequentemente, ouço as pessoas dizerem de “boca cheia” (e imagino que de coração vazio) que os tempos mudaram, que estão vivendo a modernidade e que a mente humana evoluiu-se: marcas de um progresso contínuo. E em consequência disso, encontramos cada vez mais famílias desestruturadas, filhos sem limites, alunos sem perspectivas de vida, pessoas vazias e uma sociedade fútil; repleta de misérias.
Penso que as pessoas, em prol da tão sonhada evolução, desaprenderam a amar, ou quem sabe, haja tantas outras que nem se quer sabem o que é amar. Sendo assim, para que irei apressar-me a viver o que não encontro neste mundo? Para viver de aparência? Sinceramente? Isso não me motiva!
O amor tornou-se um substantivo tão comum que as pessoas dizem amar as outras com uma facilidade surpreendente e medonha (eu, particularmente, tenho medo de quem ama com facilidade!), mas não cometem a ação de amar e tão pouco, reconhecem as características de quem ama.
Infelizmente, as pessoas não querem submeter-se a um amor verdadeiro, pois é exatamente assim que elas se veem: submetidas, como se deixassem seu eu de lado para viver o outro, como se estivessem se entregando a uma prisão de convenções. Não! Não é essa realidade (tosca) que as pessoas querem viver e, por isso, preferem a liberdade vazia.
No entanto, ao meu humilde ver, mais triste do que “fugir” desse amor equivocado, é se dispor a vivê-lo por aparência. Quantos são os casamentos construídos por uma prisão de aparências? Você nunca viu algum? Pois bem, eu já vi muitos que ao se desfazerem os separados saíram “enlouquecidos” querendo viver tudo o que não viveram enquanto casados.
Talvez eu esteja exagerando... (será?!) Afinal, ainda há os que vivem verdadeiramente o amor, mas acredite: há muito mais os que apenas dizem viver. Com um tempo, percebi que na vida real há muito mais atores do que nas novelas de TV.
Por fim, sei que a vida é repleta de incertezas e isso me conforta até certo ponto, pois imagino que seria monótono demais se vivêssemos somente de certezas. Mas uma coisa eu posso afirmar: se for para viver um amor de aparência, casar porque as pessoas mais ENJOADAS do mundo, quando me veem só sabem me perguntar por isso e contribuir para uma sociedade cada vez mais “bagunçada” e vazia, eu prefiro, simplesmente, viver o meu amor próprio (aquele as pessoas insistem em confundir com egoísmo). Aliás, talvez a falta de amor a dois se dê exatamente por isso: pela falta de amor próprio, pois aprendemos a valorizar o outro quando valorizamos a nós mesmos.





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