Outro dia, estava revendo uma pasta, repleta de textos meus, que há muito tempo eu não via. São textos produzidos entre os meus 13 aos 18 anos. Quantos reencontros... Reencontrei-me na adolescência.
Cada texto, por mais imaturo que seja guarda, por entre linhas, a minha história de vida, meus amigos, minhas paixões e meu amadurecimento, no entanto, o mais gostoso de tudo, foi reencontrar com pedacinhos de mim que o tempo, diante de cada acontecimento, foi permitindo se apagar, mas que ainda não deixaram de existir. Por muitas vezes, permitimos que as experiências da vida cobrissem o que temos de melhor.
A cada texto que fui relendo, refletiu-se em minha face, um sorriso incontrolável: “Como pude escrever isso?” eu chegava a pensar. Era capaz de discernir em cada um deles a fase de minha vida, as pessoas que passaram por ela e aquelas que foram embora sem avisar. Eu não tinha medo das palavras e tão pouco, vergonha dos meus frágeis sentimentos. Quanto mais crescemos, mais adquirimos vergonha de dizer e ser o que queremos, acabamos então, por deixar de viver.
Foram 74 textos e inúmeros fleches, sensações, pessoas e lugares que visitei. O caminho foi longo, algumas noites de verão bem calorosas enquanto outras repletas de chuva. Houve alguns tropeços em meio aos acertos, conquistas e ilusões. E ainda há uma viagem ainda mais profunda, pois por muitas vezes, precisamos enxergar o nosso avesso, vasculhar todos os cantos, remexer nos sentimentos mais esquecidos e rever as pessoas mais distantes, para aprendermos a ser melhores. A cada dia, podemos ser ainda melhores.
Marciele de Oliveira
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