quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Lembranças


            Outro dia, estava revendo uma pasta, repleta de textos meus, que há muito tempo eu não via. São textos produzidos entre os meus 13 aos 18 anos. Quantos reencontros... Reencontrei-me na adolescência.
          Cada texto, por mais imaturo que seja guarda, por entre linhas, a minha história de vida, meus amigos, minhas paixões e meu amadurecimento, no entanto, o mais gostoso de tudo, foi reencontrar com pedacinhos de mim que o tempo, diante de cada acontecimento, foi permitindo se apagar, mas que ainda não deixaram de existir. Por muitas vezes, permitimos que as experiências da vida cobrissem o que temos de melhor.
          A cada texto que fui relendo, refletiu-se em minha face, um sorriso incontrolável: “Como pude escrever isso?” eu chegava a pensar. Era capaz de discernir em cada um deles a fase de minha vida, as pessoas que passaram por ela e aquelas que foram embora sem avisar. Eu não tinha medo das palavras e tão pouco, vergonha dos meus frágeis sentimentos. Quanto mais crescemos, mais adquirimos vergonha de dizer e ser o que queremos, acabamos então, por deixar de viver.
          Foram 74 textos e inúmeros fleches, sensações, pessoas e lugares que visitei. O caminho foi longo, algumas noites de verão bem calorosas enquanto outras repletas de chuva. Houve alguns tropeços em meio aos acertos, conquistas e ilusões. E ainda há uma viagem ainda mais profunda, pois por muitas vezes, precisamos enxergar o nosso avesso, vasculhar todos os cantos, remexer nos sentimentos mais esquecidos e rever as pessoas mais distantes, para aprendermos a ser melhores. A cada dia, podemos ser ainda melhores.

Marciele de Oliveira

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